Coordenação Rakel Rechuem
quarta-feira, 25 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
O texto abaixo nos leva a refletir sobre o modo de aprender de nossos alunos como também o modo pelo qual ensinamos. Gostaria de fazer a seguinte pergunta: " Há quanto tempo estamos repetindo a mesma forma de ensinar em nossas aulas com as mesmas estratégias, objetivos e fundamentos didático-pedagógicos ?"
A LINGUAGEM NA INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ERA DIGITAL:CONSIDERAÇÕES
TEÓRICAS.
Ademar Felipe Fey
Revista Tecnologias
na Educação- ano 3- número 1- Julho 2011
http://tecnologiasnaeducacao.pro.br
A sociedade atual se destaca pela
velocidade como as informações circulam pelas redes de comunicações. Através da
internet, por exemplo, as pessoas podem estudar, trocar mensagens instantâneas com seus amigos,
procurar emprego, criar sua página web pessoal, ou seja, as pessoas interagem mediadas
pela tecnologia. Nessa
interação as pessoas se
constituem e configuram diálogos com seus interlocutores. Com
a renovação contínua do conhecimento científico, teorias e estudos se tornam
obsoletos num espaço de tempo cada vez menor. Daí decorre a idéia de que a
educação em nossa atual sociedade se tornou continuada, ou seja, para a vida
inteira. O diploma do ensino superior não garante mais conhecimento atualizado
e colocação do profissional no mercado. Na maior parte das vezes, o recém
graduado parte para uma especialização, dali para o mestrado e assim por
diante. Ou seja, o aprendizado é contínuo. Por outro lado a atual sociedade busca
formas flexíveis, dinâmicas e criativas de estudo e um saber proveniente de
múltiplas áreas. Nesse ponto nos parece que o dito ensino tradicional necessita
de transformações. A forma como a maioria de nós (imigrantes digitais) estudou
não parece ser a maneira de como a nova geração (nativos digitais) entende ser
a maneira correta de aprender. Em outras palavras, necessitamos (re)aprender a
aprender e, mais ainda, (re)aprender a ensinar.
Nossas escolas estão recebendo em seus bancos escolares os alunos da
geração Internet, ou nativos digitais. Eles encontram na sala de aula, na
maioria das vezes, o professor imigrante digital. Embora a sala de aula
tradicional possa ensejar um diálogo bidirecional entre professor e aluno, com
possíveis inversões de papel no processo de comunicação, normalmente cabe ao
professor o poder do início e término da interação . Normalmente o processo da linguagem estabelecido
em sala de aula é um processo unidirecional.
No entanto, com a proliferação das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) e da formação da sociedade em rede, parece interessante
refletir como se dará a interação, nessa sala de aula, entre o professor
imigrante digital e o aluno nativo
digital. Aparentemente, muitos
desses professores não estão preparados para atuarem no contexto das
tecnologias e de dialogar com os alunos digitais na linguagem que estes últimos
aprenderam fora do ambiente escolar.
...
Qual o contexto da sala de aula
tradicional? E o contexto fora da sala de aula? A linguagem varia ou não?
Vivemos a era do imediatismo e da rapidez na interação. Ao mesmo tempo, de uma possível falta
de atenção. Na
sala de aula
tradicional os alunos
parecem ter dificuldade
em acompanhar as explicações do professor. Parecem estarem absortos em
outras idéias. Parecem distantes e não
sintonizados no discurso
do professor. Em outras palavras,
o sistema de comunicação entre transmissor e receptor
ou está incompleto ou a incidência de ruído está afetando a comunicação.
Segundo (PRENSKY, 2010, p. 37) a falta de atenção do aluno, se dá por uma atitude
intencional por parte do aluno em não responder ao diálogo do professor, pela
percepção do aluno de haver discrepância na forma de aprendizagem que ele
encontra dentro e fora da sala de aula. Na realidade, várias hipóteses podem
ser levantadas, uma delas, por exemplo, é de que a aprendizagem pode não ser
significativa, do ponto de vista do aluno.
Fora do ambiente escolar, na interação com as TICs o aluno possui o
controle da interação e recebe respostas imediatas. Navega na internet em caso
de dúvidas. Troca idéias com seus colegas em rede. Por outro lado, na sala de
aula tradicional, embora a interação seja possível, ela é bem difícil de
acontecer, por uma série
de fatores, tais
como, o número
de alunos, pressupostos epistemológicos e pedagógicos do
professor, material didático disponível, proposta pedagógica da escola, etc. O
fato é que existe uma distância muito grande entre o que o aluno vivencia
dentro e fora do ambiente escolar. As TICs devem servir como apoio, como
ferramentas, para as atividades de ensino do professor. Elas não devem ser um
fim em si, mas um meio para que o objetivo do processo de ensino e
aprendizagem ocorra, ou seja, que constituição do aluno se dê num contexto sócio-histórico-cultural. A
tecnologia na educação deve se tornar uma interface comum de linguagem entre
professor e aluno, favorecendo a interação entre ambos. Quanto a
linguagem nesses dois
contextos, podemos dizer
que ela está
mudando, acompanhando as mudanças sócio-culturais, como citado anteriormente.
Nas TICs os indivíduos têm a tendência de serem econômicos na escrita, além de
desenvolverem expressões específicas para cada tecnologia utilizada. Por
exemplo, palavras como emoticon, LOL, avatar, blog, RPG, tartarugar, fazem parte da linguagem dos
nativos digitais no mundo dos games e tecnologias digitais (PRENSKY, 2010, p.
214-221). Além disso, no mundo das mensagens instantâneas é comum a contração das
palavras no sentido de acelerar a comunicação e facilitar a digitação e
portanto permite a fluidez do diálogo entre os nativos digitais.
Segundo Prensky (2010, p. 61)
quem deverá mudar de posicionamento é o professor, pois o nativo digital já
nasceu num ambiente e cultura diferente daquela do imigrante digital. O
professor deverá se apropriar do conhecimento necessário para migrar para a
cultura digital, tornando-se portanto
um migrante digital,
utilizando as TICs
como ferramentas do
processo ensino e aprendizagem, interagindo da melhor forma
possível com a nova linguagem produzida no contexto do nativo digital. Ao agir
dessa forma, o professor se aproxima do aluno, de forma social e cultural, e a
hipótese é de que o trabalho coletivo e colaborativo em sala de aula, entre
ambos, possa ocorrer com maior fluidez.
Revista Tecnologias
na Educação- ano 3- número 1- Julho 2011
http://tecnologiasnaeducacao.pro.br
Observação
O autor chamado Prensky que ele cita inúmeras vezes escreveu uma das minhas dicas de leitura Olhem lá. Gosto de algumas idéias e colocações de Prensky, mas acho ele excessivamente tecnológico. Ele tende a achar que os não-nativos, os imigrantes digitais devem se adaptar ao modo de pensar do nativos digitais. Nicholas Carr ( A geração superficial - O que a internet está fazendo com nossos cérebros ) mostra que nem tudo que reluz é ouro: muitas desvantagens são observadas no modo de pensar "novo". Interessante compará-los e se mediarmos os dois pontos de vista com o livro de Norman Doidge " O cérebro que se transforma", estaremos nos tornando críticos dessas novas teorias. Bom proveito. Vale à pena.
Estou enviando parte da nossa reunião de área porque alguns problemas aconteceram durante o primeiro semestre devido a esses pontos debatidos durante nossas reuniões. Avaliem se está tudo indo bem em suas turmas. Estamos aqui para trocar idéias. Gostaria que todos se sentissem à vontade para fazer isso.
Olá, pessoal! Estou começando a dividir com todos vocês idéias, opiniões e bastante material para nosso crescimento coletivo. Gostaria de receber dicas e suas idéias também para distribuir entre os professores de nossa equipe. Utilizarei como um canal de avisos quando necessário. Pedirei ao pessoal do nosso site oficial que ligue (link) esse blog a ele. Para testar estou postando algum material que permanecia em meu Facebook. Decidi pelo Blog devido à sua maior segurança e menos interferências externas. Vão , inicialmente, algumas dicas de leitura. Os livros sobre a relação internet-ser humano são fundamentais para nos localizarmos no momento em que vivemos; "O cérebro que se transforma" explica coisas que normalmente não conseguimos compreender por falta do conhecimento fornecido pelo autor.
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